- O Sebastianismo (Messianismo) D. Sebastião – conhecido como “O Desejado”, aclamado rei de Portugal aos 3 anos de idade, era a única esperança portuguesa para a restauração da antiga glória, afinal, o reino vivia um momento de decadência, com ascensão de outras potências no cenário europeu. Apesar de aclamado aos 3 anos, D. Sebastião só teve a direção ao trono 11 anos depois e, durante esse tempo, Portugal foi direcionado por um período regencial. Em 1578, morre o rei D. Sebastião na batalha de Alcácer-Quibir, dando, então, inicio ao Sebastianismo. O sebastianismo foi uma crença popular de que o rei D. Sebastião não havia morrido e um dia voltaria para trazer paz e felicidade ao povo de Portugal, ou seja, era um tipo de Messianismo. Com a morte do rei “Desejado”, Portugal passou a ser governado pela Espanha, o que levou a inúmeras consequências como a grande concorrência de comércio internacional das especiarias e drogas orientais, a diminuição da entrada de metais preciosos e um declínio da produção agrícola. Quanto mais a crise se agravava, mais aumentava a esperança “da volta” para os portugueses. A profundidade desse mito foi tão grande que acabou chegando ao Brasil, principalmente ao nordeste brasileiro, no século XIX. No sertão nordestino, esse movimento se redescobriu, assumindo características próprias através de símbolos e do imaginário popular. No sertão de Pernambuco, o sebastianismo foi um movimento político-religioso violento, da qual os líderes fanáticos ludibriavam a boa fé da população mais humilde. No período de 1819 a 1838, dois movimentos sebastianistas trágicos acorreram em Pernambuco: A Tragédia do Rodeador e A Tragédia da Pedra Bonita. Esse movimento também foi muito forte e trágico nos sertões da Bahia: A Guerra de Canudos. As pessoas creram que D. Sebastião voltaria, restabeleceria a monarquia e derrubaria a República e se uniam no arraial de Canudos, que era comandado por Antônio Conselheiro. Entretanto, em 1897, o arraial de