As ra zes do Sebastianismo
Rodrigo Silva cornerbh@zipmail.com.br 3º Semestre - História/USP
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Introdução
D. Sebastião, o Desejado
D. Sebastião , o jovem rei que perde sua vida em batalha , à frente do seu exército a parte física desaparece nas areias da África ; mas se alguns homens buscam a imortalidade este sem dúvida conseguiu , ainda que não fosse sua intenção , ele sobrevive no imaginário português e não só lá . Com certeza o mito por vezes se torna tragicamente real , seja na morte do próprio rei seja na imitação ou no suposto renascimento da figura.
É a tragédia , o sofrimento e a esperança que alimentam o sebastianismo durante séculos , na angustia de um povo e a crença no porvir .
Figura controversa que inspira admiração e ódio ao mesmo tempo , que se apresenta diferentemente para cada pessoa , D. Sebastião vai de messias a cretino , de salvador a demente , inspira paixões e atiça polêmicas como a de Antonio Sérgio e Carlos Malheiro Dias (MEGIANI, p.5).
Encontra D. Sebastião na conjuntura espaço e condições para se tornar o Desejado , são os cristãos novos portugueses com sua tradição messiânica , é o seu nascimento que afasta as pretensões espanholas de unificação mais uma vez , é a crise que se abala contra o império português , são as trovas de Bandarra , é a tradição medieval do encoberto , é o misticismo e a religiosidade de Portugal , o milenarismo cristão , enfim um terreno prolífero para o mito , sê se pode dizer que existem “condições ideais” para o nascimento de um mito aí está um : Portugal dos séculos XVI e XVII.
Ao estudar o mito entramos em um campo difícil aonde a longa e a curta duração dialogam de perto , ao mesmo tempo que o estudo e a pesquisa se obriga do fatual , do linear ela deve compreender a mentalidade e a estrutura que está dando suporte , com certeza não é fácil. Como diz Vainfas no prefácio de No reino do desejado “O mito é rebelde” (HERMANN, p. 11).
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