Sebastianismo
“Nos meados de 1530 e 1546, Bandarra, um sapateiro inspirado, escreveu estrofes rimadas, que alertava a chegada de um salvador desconhecido que ele chamava de O Encoberto. Ele via chegar ‘um rei com uma nobreza que nunca havia visto outro igual’. Esse fará reinar a justiça. Será o “ungido do senhor’. 0s outros reis seguirão suas ordens como a seu verdadeiro ‘imperador’. O amor reinará em toda parte. Os pagãos servirão a um único senhor. As tribos de Israel divididas por Nabucodonosor voltarão todas a cavalo. Não haverá nenhum combatente a pé. As trovas de Bandarra inquietaram a inquisição, que as condenou e impediu sua impressão, mas não deteve difusão oral.
No final do século xvI em Portugal nasceu o sebastianismo. No ano de 1554, os nove filhos do rei João III haviam morrido uns após os outros suas esperanças estavam para o neto que o tão esperado nascimento ocorreu naquele ano. Cognominaram no de o ‘Desejado’ e viram nele o rei anunciado por Bandarra, do qual se esperavam milagres. Poetas prognosticavam que ele reinaria sobre a Ásia até os limites do mundo. E sobre a ‘infiel terra africana’. Foi grande a desilusão, quando aos 24 anos o jovem rei Sebastião desapareceu na data de 04 de agosto de 1578, na batalha de alcácer – Quibir, no Marrocos. As opiniões se dividiram alguns se recusaram a acreditas na morte de Sebastião, ainda mais tendo o cardeal Henrique morrido em 1580, a coroa de Portugal coubera a Felipe II, certamente o mais próximo herdeiro.
Sebastião, jovem cruzado heroico tornou-se um rei ‘perdido’ ou ‘ encoberto’ surgiram rumores de sua sobrevivência falou-se de um príncipe perseguido e clandestino que recuperaria sua coroa. Assim nasceu o Sebastianismo.
Com o passar do tempo o sebastianismo foi levado a encarnar-se num outro personagem. Muitos portugueses, nas proximidades de 1640, pensavam que ia ressurgir um rei nacional que permitiria ao povo lusitano retomar sua missão universal. No ano de 1637, revoltadas antiespanholas