Sebastianismo
O sebastianismo é, sem dúvida, manifestação do mito messiânico, nascido da esperança da volta do rei D. Sebastião – o qual já era chamado “O Desejado” pelos portugueses desde os três anos de idade – para restituir ao Império Português a sua independência dentro da Península Ibérica. Com a vinda dos colonos ao Brasil, chegaram também seus mitos e crenças, que cresceram ao ponto de se manifestarem em episódios sangrentos do século XIX.
Note-se que o sebastianismo nasceu em Portugal como consequência do desejo da restauração de um Império coeso e independente que estava em seu auge até o desaparecimento de seu desejado rei. No Brasil, por outro lado, o mito cresceu por conta do desejo da resolução de injustiças sociais criadas logo no início da colonização; seria, portanto, não a restauração de algo uma vez existente, mas uma solução sem precedentes para tal situação. Tanto a restauração quanto a solução, contudo, não aconteceram; isso explica, entre outros aspectos, a permanência do mito sebastianista no imaginário português em geral e brasileiro em algumas regiões específicas.
Manifestações do fenômeno sebastianista na História do Brasil
Serra do Rodeador-PE (1820)
Pedra Bonita-PE (1836-38)
Canudos-BA (1893-97)
Ilha de Lençóis-MA (atualidade)
Sebastianismo na literatura e na música popular brasileira
O Sebastianismo no Sertão (ANEXO A), literatura de cordel de Luar do Conselheiro
O Romance d’A Pedra do Reino e do Príncipe do Sangue do Vai-e-volta, de Ariano Suassuna
Música “Canudos” (ANEXO B), de Júlio Lima
Músicas “Rei, ê Rei” (ANEXO C) e “Boi do descoberto” (ANEXO D), interpretados pelo grupo Casa de Farinha
Sebastianismo na literatura portuguesa moderna e contemporânea
Despedidas (1895-99), de António Nobre (1902)
O Encoberto, de Lopes Vieira (1905)
Pátria, de Guerra Junqueiro (1915)
Mensagem, de Fernando Pessoa (1934)
O Conquistador, de Almeida Faria (1990)
ANEXO A