O Povo e o Poder
Enraizar a cidadania nas práticas sociais do brasileiro é um trabalho árduo. Já é difícil lembrar-se de uma época onde todos os direitos do povo eram cumpridos, onde todos lutavam por uma sociedade melhor e mais evoluida: chegamos num ponto onde as pessoas se acomodaram com a situação atual. Talvez por preguiça de agir, talvez pela falta de capacidade em agir. As vezes, até por culpa do nível de educação que recebe em sua grande maioria, o que cria um ciclo vicioso com o não poder vangloriar-se de cidadania, uma vez que ambos devem caminhar juntos, assim como outros fatores que serão abordados a seguir.
Como já dizia o sociólogo britânico Thomas Humphrey Marshall, a cidadania só é plena se dotada de três tipos de direito: o civil (liberdade individual, liberdade de expressão e de pensamento, assim como o direito de propriedade e de conclusão de contratos e talvez ainda mais importante, direito à justiça), o político (direito de participação no exercício do poder político, como eleito ou eleitor, no conjunto das instituições de autoridade pública), assim como o direito social (conjunto de direitos relativos ao bem-estar econômico e social, desde a segurança até ao direito de partilhar do nível de vida, segundo os padrões prevalecentes na sociedade).
Todos esses direitos são “garantidos” pela Constituição Federal, com ênfase no artigo sexto da mesma. Porém não podemos dizer, de forma alguma, que o brasileiro hoje possui direito à justiça, quando aquele que mais nos rouba é quem mais deveria nos proteger. Também não se pode afirmar que nosso povo possui segurança, num país onde a cada esquina é necessário tomar cuidado com tamanha incidência de furtos, assaltos e latrocínios. Agora, o verdadeiro absurdo, seria afirmar que o brasileiro possui o direito de “partilhar do nivel de vida, segundo os padrões prevalecentes na sociedade”. Pode se observar como exemplo a situação do sudeste brasileiro quando comparado ao nordeste. Enquanto no sudeste