O Pasquim
Em sua apresentação dizia o seguinte:
O PASQUIM surge com duas vantagens: é um semanário com autocrítica, planejado e executado só por jornalistas que se consideram geniais e que, como os donos dos jornais não reconhecem tal fato em termos financeiros, resolveram ser empresários. É também um semanário definido – a favor dos leitores e anunciantes, embora não seja tão radical quanto o antigo PSD. Até agora O PASQUIM vai muito bem – pois conseguimos um prazo de trinta dias para pagar as faturas. Êste primeiro número é dedicado à memória do nosso Sérgio Porto, que hoje deveria estar aqui conosco. No mais, divirtam-se – enquanto é tempo e não chega o número dois.
Desde o primeiro número, O Pasquim trazia Sig, um rato desenhado por Jaguar. O personagem interferia em praticamente todas as matérias, artigos, entrevistas e até nos anúncios.
Ibrahim Sued, conhecido colunista social, foi o primeiro entrevistado. Quando perguntado se teria condições de entrar para a Academia Brasileira de Letras, respondeu:
Não, não – eu já sou um imortal. Sou um imortal sem fardão. Não preciso da Academia porque já sou imortalizado. A Academia é que precisa de mim para divulgar as coisas dela.
Na epígrafe do número 1 estava escrito: Aos amigos, tudo; aos inimigos, justiça.
Eu, sem querer, fui responsável pelo nome do Pasquim. Quando a gente estava quase desistindo de fazer o jornal porque não tinha nome, eu falei 'por que a gente não faz o seguinte: quando falarem de pasquim, porque inevitavelmente vão dizer que o nosso jornal é um pasquim, a gente corta a onda deles, corta a piada'. Eles já estavam de saco cheio e toparam."
O