O MITO DO DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO
AUTOR: CELSO FURTADO
O mito congrega um conjunto de hipóteses que não podem ser testadas. Contudo, essa não é uma dificuldade maior, pois o trabalho analítico se realiza a um nível muito mais próximo à realidade. A função principal do mito é orientar, num plano intuitivo.
A literatura sobre o desenvolvimento econômico pretende- se que os Standards de consumo da minoria da humanidade, que atualmente vive nos países industrializados, é acessível as grandes massas de população em rápida expansão que formam o chamado terceiro mundo.
A partir da visão da realidade demarcada, os economistas passaram a dedicar o melhor de sua imaginação a conceber complexos esquemas do processo de acumulação de capital no qual o impulso dinâmico é dado pelo progresso tecnológico. E nenhuma atenção foi dada às consequências, no plano cultural, de um crescimento exponencial do stock capital.
Com isso, dispomos de um conjunto de dados representativos de aspectos fundamentais da estrutura e de algumas tendências gerais daquilo que se começa a chamar de sistema econômico planetário.
Em verdade, a prática de construção de modelos representativos da estrutura e do funcionamento de complexos modelos de economias nacionais de dimensões reduzidas mas amplamente abertas ao mundo exterior, como a da Holanda, ou de amplas dimensões e mais auto- centradas, como a dos Estados Unidos. Observamos que, não se encontra qualquer preocupação com respeito à crescente dependência dos países altamente industrializados com relação ao uso de recursos naturais dos demais países, e muito menos com as consequências para estes últimos do uso desenfreado de tais recursos.
Convém não perder de vista que na civilização industrial o futuro está em grande parte condicionado por decisões que já foram tomadas no passado e ou que estão sendo tomadas no presente em função de um curto horizonte temporal.
A evolução estrutural do sistema capitalista
O autor fala que: