O MITO DO DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO
Capítulo 1. A profecia de colapso:
No primeiro capítulo, Celso Furtado fala sobre a influência em que o mito tem sobre a realidade social, congregando um conjunto de hipóteses que não podem ser testadas, sendo sua função principal orientar. A literatura sobre desenvolvimento econômico do último quarto de século nos dá um exemplo meridiano desse papel diretor dos mitos nas ciências sociais, segundo a qual o desenvolvimento econômico, tal qual vem sendo praticado pelos países que lideram a revolução industrial, pode ser universalizado. Essa idéia fala sobre o mito do progresso, elemento essencial na ideologia diretora da revolução burguesa, dentro da qual se criou a atual sociedade industrial. Celso Furtado ainda diz que com a limitação do campo da realidade, os economistas passaram a dedicar melhor a sua imaginação a conceber complexos esquemas do processo de acumulação de capital no qual o impulso dinâmico é dado pelo progresso tecnológico, enteléquia concebida fora de qualquer contexto social. No último quarto do século, foram elaborados complexos modelos de economias nacionais de dimensões relativamente reduzidas, mas amplamente abertas ao mundo exterior, como a da Holanda, ou de amplas dimensões e mais autocentradas, como a dos Estados Unidos. Hipóteses formadas através do conhecimento analítico permitiu formular hipóteses sobre o comportamento a mais longo prazo de certas variáveis, particularmente da demanda de produtos considerados de valor estratégico pelo governo dos Estados Unidos, no qual afirmava que a economia dos EUA tendia a ser crescentemente dependente de recursos não renováveis produzidos fora do país. Também é discutido o fato em que aconteceria se o desenvolvimento econômico, para todos os povos da terra, chegasse efetivamente a concretizar-se, isto é, se as atuais formas de vida dos povos ricos chegarem efetivamente a univeralizar-se,