O fim das Sociedades
A análise de Touraine tem início com a constatação de que vivemos em um tipo de sociedade e principalmente em uma representação dessa sociedade baseada em um paradigma social, econômico e político, essencial para a compreensão dos problemas e das necessidades do mundo moderno.
A industrialização e a formação dos estados modernos contribuíram para a inserção das esferas econômica e política na organização e na representação da vida coletiva e das sociedades. Na era da sociedade industrial foi possível identificar o desenvolvimento econômico intervindo na organização social, de forma que a empresa capitalista e o proletariado eram os elementos centrais na organização e transformação social e política.
Touraine chama a atenção para as mudanças pelas quais a sociedade industrial e moderna vem passando. Na modernidade pós industrial a sociedade passa a ter um maior controle dos mecanismos econômicos surgidos na revolução industrial, possibilitando um maior domínio da esfera social sob a econômica. Passamos da identificação de uma natureza social para o reconhecimento da historicidade da ação social e de sua capacidade em direcionar o desenvolvimento conjunto da sociedade. Portanto o autor acredita que a sociedade molda o seu futuro através de mecanismos estruturais e das suas próprias lutas e movimentos sociais.
Em seguida, o autor nos mostra que na sociedade pós-industrial a indústria, bem como o fator econômico produtivo, perde a sua centralidade e nesta nova formação social o conhecimento e a informação passam a constituir elementos chaves na produção.
Dessa forma, Touraine constata que a nova concepção e representação do mundo moderno não se constituem apenas nas esferas social, econômica e política, mas depende agora de novos valores e novos conflitos com o pensamento social ocupando-se de realidades culturais. Ele afirma que a perda da centralidade das