o fetiche na música e a regressão da audição
“Tal indivíduo já não consegue subtrair-se ao jugo da opinião pública, nem tão pouco pode decidir com liberdade quanto ao que lhe é apresentado [...]”.
“A ilusória convicção da superioridade da música ligeira em relação a séria tem como fundamento precisamente essa passividade das massas, que colocam o consumo da música ligeira em oposição ás necessidades objetivas daqueles que a consomem.”
“O conceito de fetichismo musical não se pode deduzir por meios puramente psicológicos.”
“Quanto mais coisificada for à música, tanto mais românica soará aos ouvidos alienados.”
No texto, “O fetichismo na música e a regressão da audição” de Theodor Adorno, fala da influência da mídia sobre a música. A massificação fez com que os ouvintes perdessem sua liberdade de escolha, coisificando e aceitando como o julgamento pré-estabelecido, do que é bom e ruim, fazendo dela uma mercadoria.
Ao passar uma musica repetidas vezes, faz dela reconhecível, dando a impressão que não precisa discutir a questão do gosto, por vez que a mídia já pré-estabeleceu esse falso julgamento, as pessoas acabam se acomodando, ao pensar que a mais tocada é a melhor. Para Marx está presente o valor da mercadoria, onde se paga pelo sucesso da música, não pelo o fato de apreciar e gostar, mas somente por comparar entradas de shows por exemplo. A audição moderna permanece num estado infantil, pois rejeita toda e qualquer música que saia da ordem pré-estabelecida, não se abrindo para as novas possibilidades de conhecimentos sobre a música séria e a música ligeira.
Ao caracterizar a música ligeira como música de sucesso, Adorno faz uma alusão que tal música seria a de má qualidade, por ser aceita pela massa sem nenhuma avaliação crítica. O que faz parecer que somente a música séria, seria louvável e digna de ser classificada como uma boa música.
Claro que sem dúvida a mídia