Consumo, hedonismo & necessidades...
Resumo: Este trabalho aborda o Hedonismo que surge como uma busca ao consumo da diversão, comportamento característico de pessoas interessadas basicamente em aproveitar a vida. A chamada sociedade de consumo tem sido vista como algo moralmente condenável, fruto de uma necessidade insaciável e ilegítima de aquisição de bens materiais, que é amplificada pela propaganda. Mas afinal, por que consumimos e qual a importância disso no nosso dia-a-dia?
Palavras-chave: consumismo, hedonismo, fetichismo da mercadoria, sociedade do espetáculo.
É comum, nas grandes metrópoles contemporâneas, o comportamento de certos indivíduos que, diante de carência afetiva, tristeza, solidão, tensão, frustração profissional, estresse ou simplesmente tédio, vão às compras. A aquisição de mercadorias, evidentemente, não leva a uma eliminação desses problemas, mas tem um efeito atenuante, paliativo. Também o passeio no shopping, a experimentação desinteressada de roupas ou calçados e a contemplação das vitrines estão se tornando passatempos comuns, articulados ou não à falta de condições econômicas adequadas para se esvair em compras (embora se torne cada vez mais freqüente o consumo compulsivo que ignora a falta de crédito). Esse ato de refrear uma inquietação a partir do consumo é um exemplo banal, vulgarizado até, da íntima relação que há entre a psicologia individual, entre modos comportamentais e estados sentimentais e a estrutura econômico-social moderna.
Se aceitamos que a configuração desse sujeito moderno é essencialmente formulada a partir da mercadoria, poderíamos pensar até mesmo na "civilização" dos mecanismos psicológicos mais internos pela esfera mercantil, isto é, já que com a modernidade as "emoções vieram a ser localizadas 'dentro' dos indivíduos" (Campbell, 2001: 106) e a partir daí elas são utilizadas para os devaneios e para a experimentação na vida quotidiana, então a vida quotidiana, dominada pela compra e venda, só