Arte e indústria cultural: as (im) possibilidades de transcendência da música estandardizada
FACULDADE DE EDUCAÇÃO
PAOLA CARLONI
ARTE E INDÚSTRIA CULTURAL: AS (IM) POSSIBILIDADES DE TRANSCENDÊNCIA DA MÚSICA ESTANDARDIZADA
Goiânia,
2009
PAOLA CARLONI
ARTE E INDÚSTRIA CULTURAL: AS (IM) POSSIBILIDADES DE TRANSCENDÊNCIA DA MÚSICA ESTANDARDIZADA
Trabalho entregue à disciplina Estética e Educação, do Curso de Mestrado em Educação, da Faculdade de Educação da Universidade Federal de Goiás, para conclusão da disciplina.
Goiânia,
2009
Introdução
A arte contem em si a possibilidade de transcendência, pois ao mesmo tempo em que retrata a realidade não precisa ser fiel, possibilitando a denúncia e a crítica, ao apontar as contradições humanas. Para Marcuse (1977) uma obra é considerada autêntica se ela for revolucionária ao contestar e transcender a realidade. Para este autor, ao se alienar da realidade humana, a arte comunica verdades incomunicáveis e não reconcilia o sujeito consigo mesmo ou com seu contexto social, mas permite uma auto-reflexão crítica sem aplacar a tensão entre sujeito e objeto ou entre universal e particular. “O final feliz é o contrário de arte” (MARCUSE, 1977, p.55). Marcuse (1977) defende que a arte só transcende a realidade e, portanto, se torna obra de arte autêntica se for revolucionária. Fischer (2002) defende que a função e a necessidade da arte vão além das expressões de sentimento. “A arte é necessária para que o homem se torne capaz de conhecer e mudar o mundo. Mas a arte é também necessária em virtude da magia que lhe é inerente” (Fischer, 2002, p.20). Segundo Marcuse (1977) esta transcendência só é possível se o autor da obra atentar para a estética, não apenas para a técnica e o estilo. A obra, nestas duas perspectivas, precisa ir além do contexto