GOULART Fabio
Fabio Goulart1
RESUMO
O primeiro ponto deste artigo demonstra que para Theodor Adorno mito, dominação e trabalho estão entrelaçados desde muito antes do capitalismo moderno; já o segundo demonstra a partir de que momento esta lógica de alienação e reificação transforma-se em uma lógica de opressão e violência. Para Adorno nos mitos da Odisseia a constante autoafirmação da subjetividade de Ulisses manifesta nele o protótipo do homem burguês e em seus comandados a massa de manobra. Tal como no mito das sereias no qual Ulisses amarra-se ao mastro enquanto os seus marinheiros foram ensurdecidos para poderem sobreviver, no capitalismo tanto o burguês quanto o trabalhador estariam presos à mesma embarcação, à diferença seria que assim como Ulisses o burguês desfruta do canto das sereias, enquanto os marinheiros remam com temor à morte sem nunca poderem desfrutar luxo algum. Não só alienação, mas também patologias psicológicas como o individualismo e a depressão detêm para Adorno origem social, depois eclodem nos sujeitos gerando os mais inimagináveis tipos de violência. Este artigo demonstra como o trabalho alienado estaria gerando uma cultural doente oriunda do falso esclarecimento, da falsa mimesis e da falsa projeção, juntas elas formariam a semicultura, cultura esta que tem a indústria cultual como principal propagadora.
Palavras-chaves: ALIENAÇÃO. VIOLÊNCIA. PRECONCEITO. TRABALHO.
ABSTRACT
The first section of this paper shows that for Theodor Adorno myth, domination and labor are intertwined since long before modern capitalism; already the section two shows the time at which this logic of alienation and reification becomes a logic of oppression and violence. For Adorno in the myths of Odyssey the constant self-assertion of subjectivity by Ulysses manifest in him the prototype of the bourgeois man and at his subordinates the mass of maneuver. In the myth of mermaids in which Ulysses tying himself to the mast while