O estigma e outros textos análise

Pontifícia Universidade Católica de São Paulo
Psicologia Social
Textos:
O estigma (Erving Goffman)
As Relações Cotidianas e a construção da Identidade Negra (Ricardo F. Ferreira e Amilton C. Camargo- UFMA) Quando o crioulo dança (Dilma Lóes)

Relatório:
A relação escravagista entre África e Brasil modificou as estruturas sociais de ambas as regiões até os dias de hoje. O Brasil é mundialmente reconhecido por sua pluralidade racial. Aqui ocorreram as mais imprevistas misturas. Mulato, crioulo, zambo, cariboca, cafuzo, mameluco, cabra,..., branco, preto, moreno, indígena, entre outros, dividem o mesmo território, graças ao colonizador mais promíscuo e sem preconceitos que se poderia desejar. (Freire-Maia p. 5, 1989) No entanto as relações entre essas variáveis nem sempre podem ser consideradas pacíficas, infelizmente nosso país não é um exemplo de democracia e compreensão.
Apesar de a discriminação ser considerada um crime previsto por lei, ela não deixa de ocorrer diariamente, em todos os âmbitos sociais. Age camuflada e por isso talvez não seja denunciada e prossiga impune. Talvez, a razão seja outra, talvez tenhamos incrustado tão profundamente conceitos racistas em nossa cultura que nem mesmo as vítimas desse crime considerem-no algo tão grave, digno de sanção. O racismo é hoje uma marca na história de nosso país, é o nosso estigma, a marca indelével de nosso crime.

O termo estigma era utilizado pelos gregos para caracterizar os sinais corporais visíveis que desqualificavam moralmente seus portadores, ou seja, o estigma exercia uma função discriminatória. “Os homens que traziam essas marcas, geralmente escravos, criminosos ou traidores, deveriam ser evitados no espaço público”. (Gofman, 1963)
Mais tarde, os cristãos vão acrescentar a esse termo a categoria de sinais que representavam distúrbios físicos, e outra que considerava os sinais como metáforas da graça divina. (Gofman, p.5, 1963)
Gofman considera que a sociedade exerce o papel de