Trabalho capitalismo
A obra “Estigma – notas sobre a manipulação da identidade deteriorada, do sociólogo e escritor canadense Erving Goffman, aborda a difícil e inquietante situação de indivíduos incapacitados – momentânea ou permanentemente – de se ajustarem aos padrões normatizados (e normalizados) pelo crivo da sociedade. Estigmatizados sob o rótulo de deformações físicas, psíquicas e/ou de caráter, bem como possuidores de alguma característica que os evidencie negativamente diferentes, o que termina por inferiorizá-los.
Goffman analisa – não obstante sem aprofundar – os sentimentos desses indivíduos a partir da leitura de si próprios para, em seguida, contextualizá-la ante a relação que traçam na trajetória social na qual estão inseridos. Essa relação entre pessoas estigmatizadas e o que ele categoriza como pessoas normais, vem sempre carregada de tensões: canaliza olhares para os contatos mistos, ou seja, momentos em que ambos encontram-se frente a frente, no contato social, na presença física. Salienta as estratégias que estigmatizados empreendem para lidar com rejeições várias, assim como os efeitos percebidos por estes quanto ao efeito que projetam nos outros.
O livro encontra-se dividido em cinco capítulos, sendo que:
no primeiro capítulo propôs-se conceituar estigma com o crivo de Estigma e Identidade Social – este não sendo um atributo pessoal, mas uma forma de designação social, assim como a análise da sua relação com a identidade social que cada um possui;
o segundo capítulo dispõe-se em nove pontos, sendo que o tema Controle de Informação e Identidade Social sinaliza a distinção entre indivíduo desacreditado e o desacreditável, a identidade social real e a sua identidade virtual; a informação social – esta transmitida pela própria pessoa por meio de simbologias – (des)prestígio, dúvidas quanto à identidade virtual; a visibilidade