O Enfermeiro na Hipertensão Intracraniana
Os quadros neurológicos de urgência como traumatismo crânio encefálico (TCE), tumores cerebrais e de doenças vasculares na maioria das vezes requerem intervenções cirúrgicas ou tratamento de suporte. A hipertensão intracraniana aguda (HIC) exige medidas terapêuticas específicas, devido à vulnerabilidade do sistema nervoso central (SNC).
Knobel (2006) relata que a monitorização da pressão intracraniana (PIC) fornece informações importantíssimas que precedem o aparecimento de sinais e sintomas de descompensação (lesões secundárias), favorecendo assim, um tratamento precoce e com maior eficácia, permitindo também avaliar de maneira correta a eficácia das medidas terapêuticas já realizadas. (p.321).
A pressão intracraniana é a pressão exercida no crânio por seu conteúdo: o cérebro, o sangue e o líquido cefalorraquidiano (LCR). A pressão é medida através do liquor. A pressão normal do LCR é de 5 a 15 mm Hg ou de 60 a 180 mm H2O. Pressões acima de 250 mm H2O são apontadas como hipertensão intracraniana, sendo um sintoma de um distúrbio grave subjacente.
De acordo com Smeltzer e Bare (2002), a calota craniana rígida contem o tecido cerebral (1400 g), sangue (75 ml) e líquido cefalorraquidiano (LCR, 75ml). O volume e a pressão desses três componentes estão, em geral, em um estado de equilíbrio. Portanto qualquer alteração em algum desses componentes, bem como a ocorrência de uma lesão, podem levar a um aumento da PIC.
Segundo Knobel (2006) existem dois estágios de ajuste cerebral da HIC: compensação e descompensação.
Compensação: durante essa fase o encéfalo é capaz de alterar parte de seu volume, permitindo a expansão dos demais componentes. A PIC nessa fase é inferior a pressão arterial média (PAM), permitindo que a perfusão cerebral se mantenha adequada. Nesse ponto, o paciente não apresenta alterações neurológicas.
Descompensação: nessa fase, o indivíduo passa a exibir alterações do nível de consciência e dos sinais