o direito social, a constituição de 1988
Mas sem a ação histriônica e enérgica do Presidente Itamar Franco, o Plano Real poderia descambar para o fracasso. Sabendo como ninguém utilizar o momento político de forte prestígio, o até então desconhecido Fernando Henrique se lançou a Presidente da República. O grau de cumplicidade ideológica entre Fernando Henrique Cardoso e os barões da mídia brasileira é enternecedor. O sociólogo tem passe livre: espaço assegurado para apresentar suas ideias em colunas, entrevistas, artigos de opinião.
Esta identidade foi forjada numa suposta necessidade de “modernizar” o Brasil, “arejar suas ideias”, desfazer-se do legado estatista e atrasado do trabalhismo getulista.
O que os militares pós-golpe de 64 fizeram pela força ao combater a “república sindicalista” FHC faria através do consenso midiático, para livrar das amarras o espírito animal do capitalista brasileiro.
Conversa para boi dormir: foi o dinheiro público injetado nas privatizações que permitiu a sobrevivência daquele “espírito animal”, às custas do patrimônio de todos. Ganhou o capital internacional, o capital nacional associado a ele e, obviamente, a mídia, seja por benefícios econômicos diretos ou indiretos.
Esta cumplicidade entre FHC e os barões da mídia só fez crescer depois do início da era Lula. O sociólogo passou a ser, a partir de 2002, um instrumento ao qual se recorreu com frequência com o objetivo de desconhecer os avanços sociais obtidos pelo Brasil sob o lusismos.
O PT teria apenas colhido os frutos de políticas adotadas anteriormente, sua grande virtude teria sido administrar o legado de FHC — é o que ouvimos no passado e continuamos ouvindo no presente, obedecendo a padrões mais ou menos sutis