O Discurso Publicitário Ao utilizarmos a linguagem, sempre buscamos alcançar uma meta e, consequentemente, não produzimos enunciados de forma aleatória; para que nossas palavras conduzam o interlocutor, elas devem, necessariamente, explorar seu aspecto argumentativo. A linguagem publicitária pretende levar o enunciatário à persuasão e, para atingir seu objetivo, faz uso de mecanismos semântico-argumentativos, utilizados para orientar o consumidor para uma determinada conclusão. O convencimento e a sedução do receptor na aplicação desses elementos acontecem de maneira disfarçada, sem deixar transparecer as verdadeiras intenções e sentimentos. Dentre os mecanismos linguísticos colaboradores da argumentatividade, enfatizaremos os operadores argumentativos, os quais Koch (1984) afirma serem elementos que determinam o valor argumentativo dos enunciados, constituindo-se em marcas linguísticas imprescindíveis para a enunciação. A nossa proposta é apresentar os operadores argumentativos, analisando-os no discurso publicitário, mostrando os efeitos de sentido e esclarecendo como tais marcas são capazes de constituírem a sequência do discurso, de forma a serem responsáveis pela orientação argumentativa global. A publicidade utiliza cada vez mais estratégias, no intuito de obter uma identificação do público para com os produtos anunciados, estabelecendo, a partir daí, uma relação, que se deve tornar familiar e, muitas vezes, quase íntima, aos olhos do consumidor. Desse modo, a publicidade trabalha com a sedução, isso por que ela não tem a autoridade de ordenar, “compre este produto”, ela usa da manipulação disfarçada, convencendo e 493 seduzindo o consumidor para que este, depois de manipulado, considere o produto uma necessidade em sua vida; desse modo, objetivamos analisar a construção da imagem do ethos no discurso publicitário como uma estratégia manipulativo-persuasiva utilizada pelo enunciador para persuadir