O destino do jornal na era virtual
Lourival Sant’Anna em “O Destino do Jornal”, faz uma análise dos principais veículos impressos do Brasil: A Folha de São Paulo, O Estado de São Paulo e O Globo, se debruçando sobre os dados da circulação dos três jornais na última década. A partir dessa pesquisa o autor constata que houve considerável queda na distribuição desses jornais, em parte causada pelo desinteresse dos leitores, além de outros fatores, como por exemplo, o advento da mídia on-line – mais acessível, mais barata e mais versátil.
Bernardo Kucinski discute em “Jornalismo na Era Virtual” as razões para a decadência do jornalismo que, segundo ele, vive hoje um “vazio ético” que se dá pela rendição dos jornalistas ao que é ditado pelos proprietários dos meios de comunicação, seguindo seus interesses mercantis. Além da ditadura do discurso neoliberal, “deu-se no Brasil a uniformização ideológica [...] não pode ter confronto de ideias se todos os jornais compartilham de pensamento único” e, os jornalistas por sua vez, perdem o interesse pelo fazer jornalismo. Este vazio ético pode ser explicado, não só pela manipulação da informação pelos grupos de interesse mas também pelo fim da demarcação entre o jornalismo e a assessoria de imprensa, a fusão mercadológica de notícia, entreterimento e consumo, a concentração de propriedade na indústria de comunicação e, principalmente, a celebração do individualismo e sucesso pessoal por uma mentalidade pós-moderna e neoliberal.
Em contrapartida, Lourival expõe em seu livro um argumento positivo dessa detenção do poder da informação nas mãos das famílias que estão há gerações no comando dos jornais. A ânsia por fazer um jornalismo de qualidade é visto nas redações pois a maioria dos donos são jornalistas e exigem matérias bem elaboradas, bem escritas e com uma apuração séria. O autor destaca, também, que apesar da preocupação com o lucro este não é