Consciência Histórica
Segunda consideração intempestiva: da utilidade e desvantagem da historia pra a vida (1874)
REIS, José Carlos. História da "consciência histórica" ocidental contemporânea: Hegel, Nietzsche, Ricoeur – Belo Horizonte: Autêntica Editora, 2011.
“Nosso objetivo, nesta pesquisa, é discutir a representação da historia de Nietzsche, que denominamos de “anti-heliana” e pós-moderna”. [...] Vamos nos deter em sua Segunda consideração extemporânea, por mais que aleguem tratar-se de um “texto de juventude” ou “imaturo”. Nesse texto, Nietzsche parece ainda buscar probidade, autenticidade, um pura indentidade nacional alemã e , por isso, muitos o consideram ainda sob o signo da “juventude”.” (p.162 – 163)
“ A tradução de Iggers (1975) nos parece particulamente mais precisa: “Da utilidade e desvantagem do historismo para a vida”. É mais precisa poque Nietzsche, de fato não contesta a historiografia em geral, mas a concepção alemã da historiogafia dominante em sua época. O seu combate é interno, os seus interlocutores são os historiadores alemães. Para ele, era preciso reeducar os educadores, que, equivocadamente, encharcados de cultua historica, eram otimistas, satisfeita, triunfantes e se sentiam no cume da civilização, em 1871.’’ ( p. 163)
“ ...filosofia de Hegel exercia uma ditadura sobre o pensamento alemão. [...] O hegelianismo impôs um culto da historia, que proíbe o esquecimento e exige a lembrança absoluta. Opondo-se a essa “doença da memoria”, Nietzsche defende a necessidade do esquecimento, [...] O presente não pode ser dominado por todo o passado, mas deve ser escolher passado que deseja lembrar. [...] O trabalho do historiador consiste em lembrar e atualizar o passado, tornando-o novo e ativo. O segredo da verdadeira cultura é tornar produtivo o que assimilamos do passado.’’ (p. 16) (Spenlé, 1943)
“ A cultura historicista da sua época recebia passivamente o passado e fechava ao presente-futuro. A nova cultura histórica que ele propunha