A vida psíquica nas organizações

A vida psíquica nas organizações: teorias fundamentadas na psicanálise. O indivíduo nos estudos organizacionais
Diversos estudos vêm sendo realizados considerando as contribuições da psicanálise na análise organizacional. Conceitos de Freud contribuem com a gestão das organizações evidenciando aspectos inconscientes da conduta social que são negligenciados por outras abordagens teóricas.
Conforme Motta e Freitas (2000), a psicanálise auxilia na investigação da natureza da dominação e de outras patologias que afetam os indivíduos nas organizações. Na ausência de um legítimo projeto de vida e de sociedade, os indivíduos tendem a projetar seus ideais nas organizações, como se estas pudessem prover tanto a identidade social como a individual. Assim, as empresas posicionam-se como referência total para a sociedade e os indivíduos, quando deveriam circunscrever-se ao papel que lhes é devido.
Davel e Vergara (2001) afirmam que a compreensão da subjetividade pelos gestores é de grande importância, pois, consequentemente se tem o aperfeiçoamento da atuação profissional, gerando assim maior produtividade e qualidade, além do desenvolvimento de um ambiente de trabalho mais criativo e adequado às inquietações humanas.
Conforme Enriquez (1997), a perspectiva estratégica foi adotada pelas organizações em troca da perspectiva tecnocrática, e consequentemente se tem a afetividade direcionada para a excelência. A organização mobiliza a força combativa dos indivíduos e estimula comportamentos performáticos. Este culto à performance faz com que os indivíduos tornarem-se autônomos e conheçam bem seus próprios objetivos, sabotando a captação de sua vida psíquica pela organização.
Motta e Freitas (2000) defendem também a contribuição dos textos sociológicos de Freud nos estudos organizacionais. Estes poderiam esclarecer a origem dos pressupostos fundamentais da cultura humana, contribuindo assim com processos inconscientes que consolidam determinados valores, crenças e formas de