A sonoridade do poema
O poeta pode obter o efeito desejado através da sonoridade das palavras ou fonemas; da prática da metrificação ou da sinestesia, que é a expressividade dos sons, da correspondência entre som e um sentido necessário a esse som o qual causa certa sensação.
RITMO
O ritmo é uma alternância de sons, ou seja, quando lemos um verso e, sobretudo um poema completo, o que nos prende a atenção é o movimento ondulatório que caracteriza o verso e o distingue de outro, a esse movimento chamamos de ritmo. Ritmo é, pois, uma alternância de sonoridade mais fraca e mais forte, formando uma unidade configurada.
Sendo assim, o ritmo está ligado intimamente à ideia de alternância: alternância de som e silêncio; de graves e agudos; de tônicas e átonas; de longas e breves. Um verso se compõe de sílabas ditas sílabas poéticas as quais não correspondem às sílabas gramaticais. Isso é, pela acentuação, diferenciam-se as sílabas tônicas das sílabas átonas o que irá formar as unidades rítmicas que são responsáveis pelo ritmo.
Dessa forma, a marcação rítmica parece associar a um movimento pendular, de relógio, ligado à ideia da espera noturna, reforçado pela organização dos níveis gramaticais no decorrer do enunciado.
MÉTRICA
Para que os versos se enquadrem em um número desejado de sílabas, normalmente o autor usa de alguns procedimentos funcionais, os quais têm por objetivo ampliar ou reduzir a sílaba métrica. A descrição teórica dos elementos estruturais da sonoridade, acima exposta, mostra que o poema em análise mantém uma estrutura decassílaba, na qual ocorre a junção de uma vogal de início ou final de um vocábulo com um artigo, ou entre dois vocábulos, como podemos observar:
Ex.: Onde o frouxo luar brinca entre flores.
Esse recurso funcional faz com que a estrutura