A reforma educacional de Francisco Campos e o projeto desenvolvimentista de Vargas (1930 – 1937)

3834 palavras 16 páginas
A reforma educacional de Francisco Campos e o projeto desenvolvimentista de Vargas

INTRODUÇÃO

O objetivo deste trabalho é identificar, compreender e comprovar, ou não, o uso da educação básica pública como meio de coerção, centralização e disseminação da ideologia estatal durante o Governo Provisório de 1930 a 1937. Para isso é necessário que se entenda primeiramente a partir de que momento o Estado se tornou regulamentador da educação.
Em 1890, após a proclamação da república, foram criados no Estado de São Paulo os Grupos Escolares, símbolo do Estado Republicano, que passaram a assumir, dentre várias funções, a função de educar o povo. Esse era o momento de deixar para trás todo o atraso que o Império havia deixado enraizado no Brasil. A República nasceu determinada a romper com a ideia de atraso, formar uma nova concepção de nação e instruir moral e civicamente os cidadãos. O ponto principal era abandonar o status de país desordeiro e se tornar civilizado. Os Grupos Escolares foram considerados a “luz” que tiraria o país das sombras do atraso e igualaria o Brasil às outras nações desenvolvidas.
A educação passava a ser sinônimo de ascensão social. Paiva (1987) vai dizer que as escolas primárias nesse formato se dirigiam aos interesses da elite, atendendo as demandas do liberalismo burguês. Vale lembrar que nesse momento a busca pelo desenvolvimento econômico do país era o objetivo principal da República, contextualizando então que economia e educação estavam intimamente ligados.
Nesse momento não tínhamos no Brasil um órgão que de fato regulamentasse a educação, que estabelecesse seus parâmetros, ou que de fato programasse uma base educacional a fim de atender as demandas da nação. Na falta de um sistema educacional organizado, se abria espaço para iniciativas em prol da educação. Na década de 20 tivemos um dos mais importantes movimentos educacionais: a Escola Nova. O objetivo do movimento era o de criar uma igualdade educacional sem a

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