Sociedade e Política
GRUPO DE TRABALHO 6
TEORIA E PENSAMENTO SOCIAL NO BRASIL
IDÉIAS E IDEAIS DE MODERNIDADE: DEBATES
INTELECTUAIS E EDUCAÇÃO
Valeria Floriano Machado de Souza
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IDÉIAS E IDEAIS DE MODERNIDADE: DEBATES INTELECTUAIS E EDUCAÇÃO
Valeria Floriano Machado de Souza1
Resumo
O presente trabalho apresenta alguns resultados da pesquisa desenvolvida na tese denominada
―Diatribes Viperinas e digressões quixotescas: debates intelectuais e projetos educacionais na década de 1950‖ e neste artigo busca-se identificar os ideais de modernidade que sustentaram as discussões acerca da educação na década de 1950. Neste sentido, pretende-se analisar o papel das universidades objetivando vislumbrar os projetos de modernização e planificação do ensino.
Palavras – chaves: intelectuais, universidades, modernização.
A concepção de universidade apresentada pelo ministro Gustavo Capanema objetivava a formação de uma intelligentsia para a gestão do próprio Estado. Embora os índices de analfabetismo fossem alarmantes, os investimentos no ensino superior, em detrimento às escolas primárias, refletem o foco das políticas do Estado entre as décadas de 1930 e 1950.
Uma universidade não é o que os espíritos simplistas imaginam: uma reunião material de diversas faculdades, ou, mesmo, a articulação de diferentes faculdades esparsas, sob esta pomposa denominação, a fim de que continuem, isoladamente, a fornecer diplomas para profissões normais. Sem um plano de conjunto que vise a investigação, a pesquisa, o estudo, o conhecimento, a cultura, num ambiente propício e materialmente aparelhado para elevar os conhecimentos acima do nível comum e da simples missão de diplomar doutores, não se terá nunca uma universidade. Esta nasce – falo de modo genérico – para criar uma cultura real e direta haurida no próprio meio, desenvolvida com os elementos que se fornece à livre expressão. Será o centro de preparo técnico, de aparelhamento de elite que vai dirigir a nação,