A racionalidade como fundamento do poder e da ordem
A partir da leitura das obras de Nicolau Maquiavel, Thomas Hobbes, Raymond Boudon, Max Weber e Jonathan Haslam, propõe-se uma análise comparativa a fim de responder a problemática da racionalidade como fundamento do poder e da ordem. Tem o objetivo de correlacionar elementos da política e da sociologia de modo a responder a pergunta em questão com embasamento científico e teórico. A primeira parte deste trabalho tratará da relação entre moral e política baseando-se em conceitos sociológicos. Em seguida, será introduzido um breve resumo das teorias políticas de Thomas Hobbes e Nicolau Maquiavel e a conexão destas com o conceito de Razões de Estado. Para finalizar, será analisado como os temas apresentados podem se relacionar e em que medida são pertinentes para o estudo das Relações Internacionais.
A racionalidade na relação entre ética e política:
Em sua obra, Max Weber introduz o conceito de individualismo metodológico para identificar o foco de sua análise: compreender a sociedade como um todo a partir de motivações individuais. Desta forma, ele revoluciona o modo de pensar a sociologia e abdica da explicação dos fenômenos sociais por apenas uma causa, os identificando como pluricausais. A partir dessas ideias, Weber analisa os tipos de ação social e consequentemente as relações estabelecidas por essas ações.
Por relação social, entende-se o comportamento recíproco quanto ao seu conteúdo de sentido. Toda relação social, de acordo com Weber, pressupõe algum grau de hierarquia e por isso, toda sociedade é marcada por relações de poder, que nem sempre estão relacionadas a questões econômicas, como pensava Karl Marx.
O poder, ou seja, a probabilidade de um dos membros da relação social impor sua vontade, pode originar-se por diversos motivos, e se considerado legítimo por ambas as partes resulta em uma relação de dominação. Tal relação só é de fato autêntica se for recíproca, devendo haver necessariamente um interesse compartilhado entre o dominado e o