A Política da Internet II Privacidade e liberdade no Ciberespaço
Reflexões sobre Internet, negócios e
sociedade. Lisboa: Fundação Calouste
Gulbenkian, pp201-222.
A Internet baseou-se na liberdade,
prevendo prematuramente uma nova
era de libertação. Tornou-se um meio
de comunicação para todos. Por ter sido
criada nos EUA esta estava protegida pela
liberdade de expressão.
Como tal, outros países pouco
poderiam fazer para evitar o anonimato da
comunicação da Internet, bem como a
dificuldade de encontrar as fontes e a
identificação do conteúdo da Internet
pelos seus protocolos. Mesmo que se
encontre os destinatários dos conteúdos,
era demasiado dispendioso puni-los. A
forma de controlar a Internet era não usá-
la mas isso impediria oportunidades de
negócio e acesso à informação global.
Pelo uso de tecnologias pode-se
transgredir a privacidade e enquanto se
chega a relacionar indivíduos com
processos de comunicação específicos em
contextos institucionais concretos usam-se
formas de controlo político e
organizacional contra o indivíduo ligado à
Rede. Para ganhar dinheiro através da
Internet faz-se como que se dispense o
anonimato e a necessidade de proteger os
direitos da propriedade intelectual da
Rede que desenvolve softwares que
controlam a comunicação informativa. Os
governos apoiam esta vigilância e adotam- na, recuperando poderes. Contudo há
novas tecnologias de liberdade que se
opõem às tecnologias de controlo. Isto
leva a diferendos pela liberdade, e os
tribunais de justiça protegem abusos feitos
na Internet. Isto leva a uma batalha a favor
da liberdade na Era da Informação.
Os interesses comerciais e
governamentais fazem nascer tecnologias
de controlo, de vigilância e de
investigação. Estas baseiam-se no
conhecimento díspar dos códigos na rede
e capacidade para definir um espaço de
comunicação específico, controlada ou não.