A pedagogia de projetos de aprendizagem
Essa é uma formulação bastante poética do conceito de educação, mas não é uma formulação inadequada.
Mais técnica e menos poeticamente, educação, em seu sentido mais amplo, é o processo mediante o qual as pessoas desenvolvem as competências necessárias para viver vidas autônomas, produtivas e responsáveis, tanto no plano individual (privado) como no social (público).
Notem bem: educar é desenvolver as competências que tornam uma pessoa capaz de viver uma vida autônoma, produtiva e responsável.
Sempre se soube que é possível que uns ajudem os outros a se educarem.
Os pais, os primeiros educadores, sabem disso. Às vezes vão além além e, em vez de ajudar os seus filhos a se educarem, imaginam que podem, eles próprios, educar os seus filhos... com resultados nem sempre desejáveis.
A escola é construída no princípio de que é possível que uns ajudem os outros a se educarem. Mas também ela freqüentemente tenta ir além e reivindica para si um pretenso direito de educar os outros...
“Ninguém educa ninguém”, nos lembra o mestre Paulo Freire numa bela página de Pedagogia do Oprimido [Paulo Freire, Pedagogia do Oprimido, Editora Paz e Terra, Rio de Janeiro, RJ, 6ª edição, 1979, p.79]. Se ele parasse aí, não haveria por que termos escolas. Mas ele continua: mas “ninguém se educa a si mesmo”.
Mas como pode se dar a educação, se ninguém educa ninguém e ninguém se educa a si mesmo? A resposta de Paulo Freire é clara e difícil de contestar: “os homens se educam em comunhão, mediatizados pelo mundo”. Em outras palavras: ninguém educa ninguém – mas ninguém se educa sozinho...
O ser humano se educa quando ele se põe em contato, em diálogo, “em comunhão” com