a origem do conhecimento geografico
Lecioni, Sandra
O Mediterrâneo é a referência geográfica da cultura ocidental. Nas experiências das civilizações sumeriana e greco-romana podemos encontrar o fio condutor da formação e desenvolvimento da sociedade ocidental atual. As experiências das civilizações antigas “serviram como base cultural e permitiram que os povos da Europa desse início à sua civilização criadora...”. Tanto que se poderia dizer que a Antiguidade “ainda vive, como base de todas as principais manifestações da vida moderna”.
Aos poucos o processo civilizatório foi subvertendo a experiência de sujeição dessas sociedades aos imperativos naturais. Nesse processo, tempo e espaço conheceram concepções que persistem como válidas até hoje. Dentre os povos da Antiguidade, que formaram o que poderia ser chamado de civilização mediterrânea, foram os fenícios que, primeiro, ampliaram o horizonte do mundo. No entanto, o maior legado da Antiguidade é proporcionado pelos gregos.
Aos gregos pode ser creditada a primeira regionalização, por ter sido concebida com algum método. Foram eles que criaram a palavra Geografia, em que geo significa Terra e graphia, descrever. Concebiam uma Geografia em que cada ponto era considerado em relação ao mundo habitado e denominavam de corografia as descrições das diferenças e contrastes da Terra. A expansão geográfica dos gregos, conhecida como Diáspora, deu-se entre os anos de 1200 a 600 a.C.
Os gregos pertencentes à escola jônica de filosofia podem ser considerados como os primeiros geógrafos, num sentido figurativo, por terem sido pioneiros na construção de um conhecimento metódico. A partir das contribuições de Tales de Mileto, o conhecimento matemático e astronômico conheceu grande impulso. Também da cidade de Mileto, Anaximandro, entre 610 e 546 a.C., iniciou uma obra descrevendo a Terra, que foi continuada por Hecateu, discípulo de Tales, intitulada Períodos ou Descrição da Terra, a qual se dividia em dois volumes,