A metrópole e a vida do espírito

Simmel, G. (1997) [1903], “A metrópole e a vida do espírito”. Texto original, in Fortuna, C.(org.), Cidade, cultura e globalizção.. Oeiras, Celta (cap.1)
A metrópole e a vida do espírito
Georg Simmel

O autor Georg Simmel aborda as transformações que a modernidade propiciou a sociedade dos indivíduos que dividem os espaços da cidade. Ele compara com o meio rural, que fluiria de maneira mais habitual e lenta em contraposição a metrópole que extrai do homem determinadas consciências, levando-o a relações mecânicas, a aspectos subjetivos de uma “certa vida mental” que os adequariam a vivenciar de maneira menos prejudicial os diferentes estímulos nervosos aos quais estão expostos.
Georg Simmel descreve os principais traços que caracterizam o modo de vida urbano, levada a cabo diante das grandes mudanças estruturais do mundo moderno, ligada a divisão do trabalho, ao advento da economia monetária, a racionalização das relações, entre outras dimensões, que juntamente vão ao encontro de um ritmo moderno ocidental.
Simmel aborda a relação entre o indivíduo, o dinheiro e a cidade, constitui uma referência para a questão do individualismo no cotidiano das metrópoles, servindo de base para o debate de temas como a liberdade, a independência e a autonomia. Direciona-se, reflete sobre a constituição psíquica do indivíduo que habita as grandes cidades do início do século XX - a cidade moderna - que se vê subjetivado pela convivência com desconhecidos, pela exigência de autonomia, pelo imperativo da divisão social do trabalho e, acima de tudo, pela promessa moderna de liberdade individual.
Para Simmel, o dinheiro é mas um fenômeno que estende-se sobre todas as relações sociais. Seus efeitos sobre a vida social têm como uma espécie de palco as grandes cidades, onde dá novas direções de condutas, constitui um novo tipo de vida e onde confere suas duas características mais marcantes: o intelectualismo e a calculabilidade por um lado e a indiferença por outro.
A vida na