A língua de Eulália
Como escritor, Bagno iniciou sua carreira em 1988, ao receber o IV Prêmio Bienal Nestlé de Literatura pelo livro de contos A Invenção das Horas. Sua produção literária soma mais de 30 títulos. Desde 1997, tem se dedicado à produção de obras voltadas para a educação. Suas obras no campo da linguística se concentram principalmente nas questões relativas à crítica do ensino da língua portuguesa nos moldes tradicionais.
Nesta obra, o autor aborda como deve ser tratada a “Sociolinguística” que estuda as correlações entre fenômeno linguístico e fator social, afirmando que deve ser tratada com seriedade, mas, sem sensatez. O livro trata de questões linguísticas, onde faz uma longa trajetória pelos diferentes modos de falar o Português, ou seja, o modo padrão e o não padrão, e este é explorado em forma de novela, trazendo questionamentos, exemplos e esclarecimentos referentes as variações da língua.
Nas férias de três amigas, professoras do curso primário de uma escola de São Paulo, para a chácara da tia de uma delas em Atibaia, uma senhora mestre em lingüística, e que estava prestes a lançar um livro tratando de variações lingüísticas.
Ao chegarem à chácara de Irene depararam-se com Eulália, empregada e muito amiga de Irene, mas Eulália tinha uma peculiaridade, quando começou a trabalhar para Irene era analfabeta, e com a ajuda de Irene que montou em sua chácara uma escola de alfabetização de adultos começou a aprender a ler e escrever juntamente com outros adultos, que eram seus conhecidos.
Conforme Eulália conversava com as amigas Vera, Sílvia e Emília, uma delas achava engraçado o modo de como Eulália falava, que era um português informal e diferente do