a longa marcha do campesinato
CENTRO DE CIÊNCIAS DA EDUCAÇÃO
Curso de Especialização em Educação do Campo e Desenvolvimento Sustentável com Base na Agroecologia (Residência Agrária)
Educando
Alessandro Lavratti
Trabalho livro: A longa marcha do campesinato brasileiro:
Movimentos sociais, conflitos e Reforma Agrária
ARIOVALDO UMBELINO DE OLIVEIRA
Florianópolis
2014
A longa marcha do campesinato brasileiro:
Movimentos sociais, conflitos e Reforma Agrária
ARIOVALDO UMBELINO DE OLIVEIRA
A Longa Marcha do campesinato brasileiro está escrita nas lutas muitas vezes (ou quase sempre) sangrentas desta classe social. Ao abordá-la, deixo claro que minha compreensão a respeito da lógica do desenvolvimento capitalista moderno está calcada no entendimento de que tal desenvolvimento se faz de forma desigual e contraditória. Ou seja, parto do princípio de que o desenvolvimento do capitalismo – e a sua conseqüente expansão no campo – se faz de forma heterogênea, complexa e, portanto, plural. Este quadro de referência teórica, por conseqüência, está no oposto daquele que vê a expansão homogênea, total e absoluta do trabalho assalariado no campo com característica fundante do capitalismo moderno. (Pg. 185)
Dessa forma, penso que o capital trabalha com o movimento contraditório da desigualdade no processo de seu desenvolvimento. No caso brasileiro, o capitalismo atua desenvolvendo simultaneamente, na direção da implantação do trabalho assalariado, no campo em várias culturas e diferentes áreas do país...(pg. 185) Por outro lado, este mesmo capital desenvolve de forma articulada e contraditória a produção camponesa. Isto quer dizer que parto também do pressuposto de que o camponês não é um sujeito social de fora do capitalismo, mas um sujeito social de dentro dele. (Pg. 185)
Assim, a chamada modernização da agricultura não vai atuar no sentido da transformação dos latifundiários em empresários capitalistas, mas, ao contrário,