O percurso da docência no Brasil: Artigo sobre texto escrito por Heloisa de O. S. Villela "O mestre-escola e a professora"
ARTIGO SOBRE TEXTO ESCRITO POR HELOISA DE O. S. VILLELA
“O MESTRE-ESCOLA E A PROFESSORA”
Cintia Larangeira
O presente artigo visa colocar de forma geral a construção da escola normal no Brasil ao longo de todo o século XIX, através da visão da autora Heloísa de O. S. Villela no seu texto “O Mestre-escola e a Professora”. Explorando um pouco do contexto histórico do século XVIII e com um recorte feito no início do século XIX, a autora mostra as medidas do Estado voltadas à organização de um sistema de instrução primária e as iniciativas dirigidas para a formação dos professores, bem como a institucionalização da profissão do professor pelo interesse da consolidação da formação estatal.
Essa formação seria estruturada de forma homogênea, unificada e hierárquica, conduzida por mecanismos de vigilância e controle pelo Estado, o que garantiu que a Educação fosse instrumento de construção de um pensamento comum que viabilizasse os interesses da Coroa Imperial, pelo acolhimento da autoridade como expressão da vontade da maioria.
Neste sentindo percebemos que no término de seu texto ela reconhece ainda muitas características comuns ao corpo docente nos presentes dias.
No intuito do desenvolvimento desse tema, torna-se elementar contextualizar os primórdios dessa instituição. A organização de uma nova “forma escolar” que substituiu o modelo antigo na era moderna começou, inicialmente com Portugal, pioneira na laicização da instrução nos países do ocidente europeu, quando expulsou a Companhia de Jesus de todo o território português. Com o crescimento do capitalismo e a hegemonia burguesa, na instituição dos Estados-nação, houve uma necessidade de mudar o caráter do ensino para estatal, consolidando uma formação mais homogênea dos “Estados docentes” e absorvendo as formas dispersas da educação praticada anteriormente, coincidindo com a secularização do ensino, no início dos oitocentos.
Os jesuítas, há séculos eram a instituição