A lingua de eulalia
As meninas criticam o modo de Eulália falar, Irene as questiona com relação ao preconceito, e demonstra que as variações ocorrem devido ao próprio uso da língua que varia conforme as diferenças de gênero, de classe social, de etnia, entre outros. Irene expõe o mito da língua única que percorre todo o Brasil, afirmando que isso não corresponde à realidade, pois no Brasil são falados mais de duzentos tipos de dialetos diversos. A professora faz uma comparação entre o uso do português no Brasil e em Portugal, no nordeste e no sul do Brasil, da variedade de usos de um homem para uma mulher, e aponta que as diversas variedades resultam em uma língua e que cada pessoa possui de forma individual.
Irene continua apontando que além da variação geográfica, a língua muda com o passar do tempo e que seu uso se dá de várias formas no espaço. Não há uma única variedade de português, mas uma variedade de dialetos dentro de uma mesma língua. A professora fala da norma padrão “um modelo ideal de língua”, que é usada por jornalistas, escritores e pessoas cultas, discutindo a importância de ser aprendida na escola. Mesmo a norma padrão não sendo tão prestigiada, não deve ser como instrumento de discriminação e que se o mesmo investimento fosse aplicado às outras variedades, estas também se tornariam tão importantes quanto à norma padrão.
Irene dando seguimento a seus apontamentos, fala que ao estabelecer uma norma em uma língua as outras