A Invençao do Nordeste
Durante muito tempo o Nordeste brasileiro foi a região economicamente e politicamente mais próspera do Brasil. Só que não o Nordeste como conhecemos hoje, com essa divisão geograficamente conhecida. Na verdade nesse período de apogeu e prosperidade o Nordeste não era classificado como “Nordeste”. Com o declínio da produção açucareira e o crescente interesse do mercado internacional pelo café, essa região e seu produto gerador de riqueza, a cana-de-açúcar, perderam espaço para o sul do país produtor de café.
Essa situação de decadência econômica enfrentada pela região levou ao desespero, vários senhores de engenho que viam seus interesses econômicos ruir dia após dia. Assim foi até o início do século XX, quando o Nordeste como região geográfica foi criado, embasado num discurso de ser esta uma região carente de investimentos (entenda-se ajuda). Essa criação do Nordeste construiu uma imagem de uma região marcada pela necessidade de ajuda oriunda das outras regiões economicamente mais desenvolvidas, pelo fato de sermos “pobrezinhos” e “marginalizados”, quando na verdade não somos assim por que “Deus quis”.
Ainda há quem acredite na idéia de um Nordeste hegemônico (em vários aspectos), mas será isso verdade? Não, não somos uma região hegemônica. Para chegarmos a essa conclusão não é necessário ser um especialista em economia, ou geografia, ou cultura. É só observar e veremos que somos culturalmente diferentes, da Bahia ao Maranhão e o mesmo pode ser observado em outros aspectos, como o econômico, o educacional e o social. Quem já não ouviu falar na cultura nordestina? Essa idéia também se trata de uma construção, que devemos a ilustres como José Lins do Rêgo, Graciliano Ramos e outros, que “surpreendentemente” têm suas raízes nas famílias elitizadas da região.
A criação do nordeste e da figura do nordestino foi minuciosamente pensada a partir de uma série de temáticas que unidas compõe o que somos caracterizados hoje. O nordestino é