A invenção do nordeste brasileiro
Ao longo do tempo esse espaço denominado sertão, recebeu a imagem e característica explicita da tragédia das secas e a princípio era de senso comum a inexistência de soluções para esse problema, ela viria não importa o que fizéssemos, o sertão nordestino sempre faltaria com água.
Porém ao decorrer de sua história foram criadas várias comissões que propunham e tentavam certas soluções. Em 1880 emergiu o primeiro projeto de transposição do Rio São Francisco, que certamente não teve seu sucesso adquirido nessa época (assunto que será abordado mais profundamente posteriormente nesse trabalho), além de medidas absurdas e inconsequentes como a tentativa de transferência dos nordestinos para a Amazônia, no fim do século XIX e nos anos 1940, quando se inventou o programa "soldados da borracha" para levar as vítimas da seca para lá.
Esse programa consistia em ajudar as tais vítimas da seca, que sofriam com a falta de água onde moravam, assim os levando para a Amazônia, projeto que aparentemente visava um desenvolvimento de uma nova área econômica para o país, que além de tudo estabeleceria relações com os Estados Unidos, país subdesenvolvido e alta potência econômica da época e dos dias de hoje. Os tais “soldados da borracha”, estariam sendo beneficiados por instancia, ao receberem um novo emprego e se livrarem do cenário sertanejo de pobreza. Porém essas eram apenas falsas promessas, pois não havia infraestrutura para esses indivíduos lá, muitos acabaram morrendo de doenças como a malária ou por próprios perigos da selva em que viviam, e os sobreviventes deveriam voltar as suas terras após a II Guerra, mas a maioria estava “endividada” com seus patrões e não tinha dinheiro para pagar a viagem de volta.
Em 1952 e em 1958, a região foi “atingida por novas secas”. O que fez com que os nordestinos viessem para o Sul e fosse, participar da industrialização dos anos JK, que tornou São Paulo a maior e mais industrializada cidade da América