Invenção do falo
DIRETORIA ACADÊMICA – DA
COORDENAÇÃO DO CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM HISTÓRIA CULTURAL
CURSO – ESPECIALIZAÇÃO EM HISTÓRIA CULTURAL
DISCIPLINA: TÓPICOS ESPECIAIS I – HISTÓRIA E GÊNERO
PROFESSORA: ÂNGELA MARIA
RESENHA
(NORDESTINO: UMA INVENÇÃO DO FALO – Uma história do gênero masculino – Nordeste – 1920/1940)
Victor Marcelo Pires Gonçalves da Silva
TERESINA – PI
NOVEMBRO-2012
ALBUQUERQUE JÚNIOR, Durval Muniz. Nordestino: uma invenção do falo — uma história do gênero masculino (Nordeste — 1920/1940). Maceió, Catavento, 2003.
Uma importante influência dos “Annales” consiste que a História, enquanto ciência, não tinha como ponto de partida o passado: a motivação para se escrever um livro de História não era fornecida primeiramente pelo passado, como se este fosse uma espécie de fantasma que vinha perturbar o sono do historiador para que empreendesse uma pesquisa histórica. Algo fundamental para a transformação de uma representação do passado em uma representação histórica é o papel cabível à lei mascarada pela cronologia. O primeiro auxilio que a cronologia presta à história esta no fato da temporalização tornar coerente uma “ordem” entre eventos muitas vezes conflitantes (Certeau. 2006). O segundo auxilio é a possibilidade do “recorte em períodos” (Certeau, 2006). O recorte em períodos possibilita uma imagem invertida do tempo: na pesquisa o tempo vai do presente ao passado, embora no texto se apresente como indo do passado ao presente. Em outras palavras: “a historiografia trabalha para encontrar um presente que é o término de um percurso, mais ou menos longo, a trajetória cronológica (a história de um século, de um período ou de uma série de ciclos)” (Certeau, 2006).
O conhecimento dessa relação de poder entre cronologia e a prática historiográfica deveria fazer o historiador resistir à sedução da origem já que fica evidente que toda ordem cronológica (todo início e todo fim) é sempre