Resenha a Invenção do Nordeste
É muito comum escutarmos piadas com personagens “matutos”, com sotaques forçados, que geralmente falam errado, se vestem inadequados em relação à estética de beleza. Moram em cidades pequenas, com coronéis, igreja, lampião atirando para todos os lados, passando fome e seca.
São esses personagens vindos da região do Brasil chamada de Nordeste. Eles foram ao longo do tempo discriminados, colocados a margem da história pelas outras regiões geográficas.
No entanto esses estereótipos sobre o nordeste e seus habitantes surgiram em algum momento por algum mecanismo, e foram reproduzidos e geraram sentido em algum lugar. O nordeste nem sempre foi o nordeste pintado que conhecemos. E é juntamente quando isso se inicia e de que forma isso aconteceu que Durval Muniz trabalha o seu objeto de estudo. Como ele foi inventado¿¿¿ Como surgiu historicamente o preconceito em relação ao nordestino¿¿¿ Quais as malhas de poder que formaram essas “verdades”¿¿ Ele, Durval, propõe um trabalho arqueológico e genealógico (usa a metodologia de Foucault) de descobrimento do nordeste, na desconstrução dos discursos que deram condição de dizibilidade a região. Durval alega que os nordestinos são agentes da própria discriminação sofrida, pois o discurso de superioridade não se faz de fora, mas passa por nós. O nordeste se transformou em um objeto de saber e de um espaço de poder
A visão “distorcida” do nordeste foi criada, cristalizada, institucionalizada ao longo do tempo e ganharam razão de verdadeiro. Aprendemos por essas visões, falamos por elas, pelos hábitos, pela cultura que nos mostra o “real”.
Cap. I – Geografia em Ruínas
Após a I Guerra Mundial, buscasse olhar para o espaço brasileiro. Tem-se um acentuado regionalismo (apego a questões provincianas ou locais que trazia a semente do separatismo após a proclamação da república em 1889). Busca-se descobrir a nação que se somava a um conjunto de regiões, de diferentes