A inteligencia da complexidade
outrora separadas, como eram a geologia, a meteorologia, a vulcanologia, a sismologia, etc.”(pp. 199-200) “Um outro aspecto da separabilidade, o da disjunção entre o observador e a sua observação, foi colocado igualmente em causa pela física contemporânea. Em microfísica, sabemos, desde Heisenberg, que o observador interfere com sua observação. Nas ciências humanas e sociais, parece cada vez mais evidente que não existe nenhum sociólogo ou economista que possa reinar, como Sírus, acima da sociedade. Ele é um fragmento no interior dessa sociedade, e a sociedade, enquanto totalidade, está no interior dele.”(p. 200) “O pensamento complexo não substitui a separabilidade pela inseparabilidade – ele convoca uma dialógica que utiliza o separável mas o insere na inseparabilidade.” (p. 200) “O terceiro pilar do nosso modo de pensar é o da lógica indutivo-dedutivo-identitária identificada com a Razão absoluta. A Razão clássica repousava sobre três princípios: da indução, da dedução e da identidade (quer dizer, a rejeição da contradição). A primeira resposta contestatária foi dada por Karl Popper contra a indução, que permitia chegar a leis gerais por exemplos particulares. Popper, justamente, ressaltou que não se podia, em todo o seu rigor, impor uma lei universal, tal como ‘Todos os cisnes são brancos’, pelo único fato de que não se tenha jamais visto um negro. A indução tem incontestavelmente um valor heurístico, mas não um valor de prova absoluta.”(p. 200). “O teorema da incompletude de Gödel mostra por outro caminho que um sistema dedutivo formalizado não pode encontrar nele próprio a demonstração absoluta de sua validade. É isso que mostrou igualmente Tarski na sua lógica semâmtica: nenhum sistema dispõe de meios suficientes para se auto-explicar a si próprio.”(p. 200) “(...) em nenhum caso, existe um metassistema teórico que permitiria ultrapassar nossa condição social