as redes sociais e suas propriedades emergentes
INTELIGÊNCIA COLETIVA.
A CRIAÇÃO DO COMUM E DA SUBJETIVIDADE.
Dr. Eduardo Cardoso Braga
“Você não está na rede, você é a rede”
Pierre Lévy
Resumo
Trata-se de investigar o fenômeno da Inteligência Coletiva compreendendo-a como uma propriedade emergente engendrada pelas intensas interações sociais promovidas pela tecnologia digital. Para tanto, analisamos o conceito de propriedade emergente e as estruturas e sistemas que a engendram. Realizamos uma genealogia do conceito de emergência evidenciando sua continuidade e força explicativa para certos fenômenos físicos e sociais, em especial a teoria da mente e o surgimento de conhecimentos complexos. Exploramos, à guisa de hipótese, conseqüências políticas e sociais da propriedade emergente
Inteligência Coletiva e seus potenciais de construção da subjetividade, do trabalho imaterial e da riqueza. Concluímos com o estudo das condições de possibilidade da existência da emergência e sua enorme importância para os desafios contemporâneos na construção de uma sustentabilidade social.
Palavras-chave: redes sociais, emergência, inteligência Coletiva, biopoder, biopolítica
Introdução
Emergência é um termo complexo. Ele é aplicado nas teorias científicas, na filosofia da ciência e no estudo de certos fenômenos sociais. Por conseguinte, tentar defini-lo, no âmbito de um artigo, é correr o risco de simplificar em demasia e homogeneizar o que é em força e evidência diferença e complexidade. Entretanto, devido ao enorme alcance das teorias da emergência e seu movimento transdisciplinar1,
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que nosso objetivo é exatamente compreender o fenômeno da Inteligência Coletiva2
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não seria vão um esforço para sistematizar esse conceito no âmbito deste artigo; dado
como uma propriedade emergente, a qual engendra enormes conseqüências sociais e políticas e alterações na compreensão do que entendemos por fenômeno comunicativo.
Numa