A importância da Defensoria Pública
HOMO ECONOMICUS
Por Sérgio Birchal
Nem sempre os economistas são muito populares.
Costumam ser vistos como pessimistas. A origem desta fama está, entre outras coisas, no fato de que o economista está sempre sendo convidado a falar sobre o que pode dar certo e o que pode dar errado com a economia e as pessoas detestam pensar no que pode dar errado com o seu dinheiro. A discussão sobre a natureza, a extensão e os desdobramentos da crise mundial de 2008 é ilustrativa disto. Existem tantas opiniões econômicas acerca da crise quantos economistas
(vivos e mortos). Mas baseados em quê os economistas se atrevem a dizer o que pode dar errado e o que pode dar certo?
Será que os economistas têm mesmo as respostas para estas perguntas? Os economistas tentam entender como as pessoas e as organizações, privadas ou não, com fins lucrativos ou não, se comportam economicamente. Por que compram? Quando?
Onde? Como? Quanto? E por que produzem? Quanto?... Os economistas partem da idéia do homo economicus. O homo economicus, ou homem econômico, é uma ficção. Esta ficção surgiu como um subproduto da mentalidade científica dominante no século XIX, que:
1
“(...) aconselhava a fragmentação do objeto de pesquisa
(Neste nosso caso, o ser humano. [Grifo meu.]) para fins de investigação analítica. Assim, os economisas assumiram que o estudo das ações econômicas do homem poderia ser feito abstraindo-se as outras dimensões culturais do comportamento humano: dimensões morais, éticas, religiosas, políticas, etc. O homo economicus nada mais é do que um pedaço de um ser humano, um fragmento, um resto, a sua parcela que apenas produz e consome”. (Wikipedia).
Ou seja, os economistas assumem como pressuposto que as pessoas são racionais. Mas o que são pessoas racionais do ponto de vista econômico?
Isto implica na idéia de que as pessoas (e as organizações) são racionais em suas decisões de consumo e produção. Assim sendo, pessoas