A ideologia Alemã
O objetivo primeiro da obra "A Ideologia Alemã" de Karl Marx e Friedrich Engels é superar dialeticamente o Idealismo de Hegel, a filosofia dos Neo-Hegelianos e o Materialismo Abstrato de Feuerbach.
Para Marx toda a filosofia anterior se deteve em analisar o mundo e suas representações sem que observasse o homem como o produtor da sua história e de suas idéias. Todos esses filósofos se preocuparam em legitimar o estado de coisas constituído na sociedade. E os homens sempre acreditaram que os valores morais eram valores de ordem divina, metafísica. Inclusive esse pensamento ainda predomina na atualidade, já que as idéias e as representações são consideradas pelos homens como naturais e imutáveis. E na medida em que o próprio homem não percebe sua capacidade histórica (a sua práxis revolucionária) contribui para a manutenção dos discursos ideológicos dominantes da sociedade.
Para Hegel, o sujeito é Deus e o objeto é o homem. Para Marx, o sujeito é o homem e o objeto é a realidade. Comparando esses dois extremos, é possível observar que o Idealismo mantinha relação estreita com a religião, sendo a própria história uma materialização das idéias de Deus e os homens guiados pela consciência de Deus, enquanto o Materialismo Histórico rompe com todo determinismo da história humana e credita ao homem a responsabilidade da produção histórica.
Os filósofos Neo-Hegelianos tentam romper com a filosofia hegeliana propondo a desmistificação das falsas representações da realidade, porque acreditam ser as idéias que determinam o homem. Consideravam que para mudar a sociedade seria necessário modificar a mentalidade (consciência dos indivíduos). Por isso, segundo Marx, não conseguem sair do terreno epistemológico: fazendo uma crítica a Hegel sem superar seu método, criticando a forma e não o conteúdo dessa filosofia. O objetivo desses jovens é colocar abaixo as representações metafísicas da política e da jurídica que são vinculadas à religião. Propunham,