A figura masculina na educação infantil
Caroline Nunes Procópio. [1]
Juliane Ramiro da Silva. [2]
Fátima Lúcia Soares Ribeiro. [3]
RESUMO
Este artigo tem como objeto de estudo compreender como ocorre a inserção do ADI masculino da Rede Municipal de Ensino do Recife numa profissão de atuação fortemente feminina, tendo como objetivo analisar as relações de preconceito de gênero perante estes profissionais. Para isso, foram realizadas observações e entrevistas com os ADI’s, responsáveis pelas crianças e diversos funcionários da creche. Os resultados observados mostraram que mesmo com a presença masculina na educação infantil, ainda estão presentes relações de preconceitos no que se refere a atuação desses profissionais, já que a educação dos pequenos continua ligada à concepção de maternagem, a um espaço fortemente feminino.
Palavras - chaves: Gênero. Preconceito. Educação Infantil.
1 INTRODUÇÃO
Nas creches municipais da Cidade do Recife, no ano de 2006, foram convocados 500 ADIs, sendo 60 homens, cuja função principal, segundo edital lançado no Diário Oficial do Município (2006), é auxiliar o professor no processo ensino-aprendizagem; auxiliar as crianças na execução de atividades pedagógicas e recreativas diárias; cuidar da higiene, alimentação, repouso e bem estar das crianças e responsabilizar-se pela recepção e entrega das crianças junto às famílias. Ao observar e trabalhar junto a um Auxiliar de Desenvolvimento Infantil (ADI) masculino durante 04 meses numa creche municipal do Recife percebeu-se alguns incômodos em relação à presença masculina num espaço tido como predominantemente feminino.
As instituições de atendimento a crianças pequenas por aspectos históricos e sociais apresentam-se como espaços de ação fortemente feminina, inclusive pelas questões do cuidar, em que a mulher acredita-se ter “vocação”