A representação da figura feminina nos contos de fadas tradicionais e contemporâneos
O presente artigo se propõe a analisar como algumas personagens femininas são representadas nos contos de fadas – tradicionais e contemporâneos – e a questionar sobre a influência que essas personagens possam exercer sobre o comportamento infantil. Souza (1996) ao pesquisar sobre o termo “conto de fadas” encontrou para a palavra “fada” de raiz grega, o significado daquilo que brilha. Da idéia de brilho e do radical, a palavra derivou para o latim fatum, que significa o destino humano. Dessa forma, as palavras: falar, fábula, fatalidade, fado e fada provêm da origem greco-latina. A autora aponta, ainda, para o emprego do termo, só popularizado e usado em fins do século XVII, quando os primeiros compiladores de contos da tradição oral começaram a publicar suas coletâneas. A denominação “conto de fadas” passou então a se aplicar à espécie de narrativa em que o elemento maravilhoso interfere. Elemento esse, presente e indispensável às histórias de fadas, que têm encantado e fascinado crianças e adultos de todos os tempos. O interesse de vários estudiosos - psicanalistas, sociólogos, antropólogos e psicólogos - pelos contos de fadas tem demonstrado a importância dessas narrativas para o desenvolvimento infantil. Segundo alguns psicanalistas, dentre eles, Betelheim (1980), a leitura e/ou escuta dos contos de fadas possibilitam ao sujeito, durante o seu desenvolvimento, a realização da integração entre fantasia e realidade, o que o auxilia na elaboração de seus conflitos internos. A psicóloga Sayão (2001) acrescenta que o adulto, ao contar histórias, demonstra, além de um ato de carinho, o reconhecimento de que a criança pode aprender muito, de modo lúdico e prazeroso, a respeito de tudo que a cerca. Pois a história infantil, além de estimular a imaginação da criança, ajuda-a a desenvolver seu intelecto, a tornar claras suas emoções, a se harmonizar com