A feminilização do trabalho docente
Dayane Buzzelli Sierrra
Helen Camila Silva [1]
Universidade Estadual de Maringá
Introdução
Se lançarmos ao leitor deste texto o questionamento: Quais foram os (as) seus(suas) professores (as) no ensino fundamental? Certamente mais de 95%[2] se recordarão das Marias, Anas, Solanges, Cristinas, Angelas e Martas[3] que lecionaram nas séries iniciais. Esse é um cenário comum no universo educacional, no entanto, existem diversos fatores que influenciaram e estão a influenciar a presença quase que exclusivamente feminina no trabalho docente. Atualmente é pequeno o número de estudos e reflexões a respeito da atuação da mulher no magistério. Dessa forma, o objeto deste texto é examinar a presença feminina no trabalho docente, tomando por base o conceito de gênero e sua contribuição histórica, social e cultural. Para efetivar tal estudo, priorizamos a pesquisa de caráter, exclusivamente bibliográfico, consultando obras que fazem um resgate histórico do tema[4] e reflexões atuais sobre o assunto em questão[5]. O interesse em desenvolver uma pesquisa sobre a presença da mulher no magistério veio por meio da observação durante os quatros anos da nossa formação da presença feminina em massa no curso de Pedagogia e por termos verificado no período de estágio um cenário semelhante no curso de Magistério. Diante disso, vieram os questionamentos: O que motivou as mulheres a procurarem o magistério e nele permanecerem? Quais foram os fatores históricos, sociais, culturais e econômicos que contribuíram para a formação deste cenário no universo escolar? Perante tais indagações, hipotetizamos que esse fenômeno tem as suas raízes no final do século XIX e início do século XX, período em que a sociedade passa a se consolidar sob novos paradigmas visando um novo ideal de economia, sociedade, indivíduo, e conseqüentemente de educação. Quanto a sua estrutura, o texto está dividido em duas partes, sendo