a educação da mulher
Analisaremos a situação da mulher na sociedade, onde veremos como é expresso o preconceito de gênero. Toda a história da educação é narrada pela ótica das classes dominantes, isto é, a figura masculina. Apenas na comunidade primitiva, a mulher conseguia desempenhar um papel social relevante, podendo assim participar das atividades coletivas da tribo, que eram atividades complementares, não de subordinação. Quando deu inicio a propriedade privada, a mulher foi submetida apenas ao mundo doméstico e subordinada ao chefe da família. A mulher se viu reduzida à função de reprodutora e encarregada da educação dos meninos até os sete anos de idade, e as meninas eram confinadas ao lar até o dia do casamento. Desta forma, as sociedades tem fixado os modelos de “ser mulher”, definindo o que entendem por feminilidade.
A antropologia nos auxilia a respeito de uma “construção” social da mulher, de acordo com a expectativa de cada sociedade em relação ao papel que a mulher deve desempenhar.
A mais comum das distorções é representada pelos estereótipos, que define a mulher em padrões considerados “naturais”. Ela teria então, características como a intuição, a delicadeza, a sensibilidade, o altruísmo, o amor incondicional, que culminariam no “instinto materno”. Essa valorização da intuição feminina, nada mais é, que diminuí-la em relação ao homem, como sujeito mais racional, sendo capaz de elaborações intelectuais mais refinadas. Quando definida como sensível e amorosa, queremos dizer que são passiva e presa fácil das emoções, já o homem é considerado agressivo e empreendedor. Ao dizer que ela é altruísta, exigimos o abandono de si, à torna-la um “ser para outro”, temos facilitada a sua submissão. Exaltar o instinto materno aproxima a mulher da natureza e a confina ao mundo doméstico, na esfera privada. O homem por sua vez, se volta para a rua, para o público, como artífice da civilização.
A filósofa francesa Simone de Beauvoir, que nos anos de 1940 se