A crença no mundo
A teoria da crença no mundo justo refere-se à crença de que “cada pessoa tem aquilo que merece” (Lerner, 1980). Esta crença revela um carácter funcional e adaptativo, na medida em que fomenta o bem-estar e a saúde mental, ajudando as pessoas a assimilar as injustiças das quais são alvo (Hafer & Olson, 1989) e a gerir acontecimentos stressantes da sua vida (Dalbert, 2001, 2002). Os indivíduos com uma forte crença no mundo justo manifestam uma maior motivação para percepcionar as situações de injustiça como mais justas (Hafer & Olson, 1989; Hagedoorn, Buunk, & Van de Vliert, 2002), dando mais relevância à informação congruente com a justiça de uma situação do que à informação incongruente, percepcionando menos injustiça nos resultados negativos e experienciando menos emoções negativas e mais emoções positivas face a estes (Hafer & Correy, 1999). Este estudo procura perceber se a crença no mundo justo modera a relação entre a (in)justiça procedimental e distributiva vivenciadas pelos indivíduos e as suas reacções, sendo que nós propomos que a CMJ tenha um efeito protector nas várias reacções às injustiças no local de trabalho, algo que a literatura ainda não abordou.
Recentemente a literatura tem apontado para a necessidade de diferenciação entre a crença no mundo justo pessoal e a crença no mundo justo geral (Dalbert, 1999). A primeira refere-se à crença de que, no global, os acontecimentos da nossa vida são justos, por sua vez, a CMJ geral reflecte a crença de que, basicamente o mundo é um lugar justo. Para Dalbert, (1999) “the more just world research concentrates on mental health area, the more differentiation between a general and a personal