Revolução Mexicana

A revolução
Terra e poder Villa inicia seu livro escrevendo que a questão agrária e os conflitos de classes advindos da luta pelo controle da terra estão presentes na história mexicana desde o período colonial. O processo de independência, que começa em 1810, é uma “guerra de classes”. Depois que os liberais assumem o poder, com o movimento da reforma, eles tinham o objetivo de lançar bases de um capitalismo nacional com uma classe de pequenos proprietários, as terras da Igreja e dos indígenas serão transformadas em propriedade privada, em mercadoria. Depois da chegada ao poder de Porfírio Diaz, o processo de destruição das comunidades camponesas estava avançando. Em 1910, menos de 5% das terras estavam nas mãos das comunidades ou dos pequenos proprietários. O porfiriato caracteriza-se pelo afluxo de capital estrangeiro, pela revolução nos meios de comunicação e transportes, especialmente as ferrovias, integrando a economia mexicana à divisão internacional do trabalho. O autor enfatiza que nesse período, os camponeses dividem-se em duas categorias: peón acasilhado e o peón de tarea. O primeiro residia permanentemente na fazenda, e basicamente, cultivava a terra do latifundiário ou cuidava do gado, realizava trabalhos de conservação sem nenhum pagamento suplementar e comprava na tienda de raya da fazenda os produtos indispensáveis para sua sobrevivência, que era descontado no pagamento do salário. Já o segundo é um trabalhador eventual que durante um tempo limitado vende a sua força em troca de um salário ou do direito de cultivar uma parcela de terra da fazenda.
O porfiriato e as regiões Na região norte, os terrenos áridos, à distância e o isolamento econômico são vencidos pela construção das ferrovias e o desenvolvimento da irrigação. No centro, os peones acasilhados formavam uma camada social muito próxima dos latifundiários, chegando a participar da repressão ás revoltas camponesas. O sul destaca-se pela escassez de força de trabalho, pois o