A CONSTRUÇÃO SOCIAL DO CURRÍCULO
O currículo constitui o elemento central do processo pedagógico, uma vez que viabiliza o processo de ensino e aprendizagem. Sua relevância esta na definição em o que ensinar, para que ensinar, como ensinar e as formas de avaliação, tal qual relacionado com a didática. Dessa forma, o currículo é a expressão da cultura da escola com a sua recriação e desenvolvimento. Também é considerado um conjunto de princípios e práticas que reflete e transforma esta cultura projetando a cultura organizacional que se deseja, favorecendo à intervenção e transformação da realidades. Dessa forma, a finalidade do currículo aborda não somente a disseminação desta cultura, mas a transformação social. O currículo então é mais que cronograma das disciplinas, mas um instrumento regado de inspirações ideológicas e políticas.
A construção do currículo aborda fatores lógicos, epistemológicos, intelectuais, determinantes sociais, tais como interesses, rituais, conflitos simbólicos e culturais, necessidades de legitimação e de controle, propósitos de dominação dirigidos por fatores ligados à classe, à raça, ao gênero. Assim o currículo não é constituído apenas de conhecimentos, mas de conhecimentos considerados socialmente válidos. A função social do currículo define perspectivas e incentivos claros para os atores envolvidos na construção das disciplinas escolares, ou seja, o conhecimento escolar é produzido no seio de um conjunto de interesses e de relações de poder que atuam na escola e sobre a escola. Nessa produção, encontram-se imbricados processos de seleção e de organização dos conteúdos, os quais não incluem apenas os conhecimentos científicos, mas todos os saberes considerados válidos naquele momento histórico.
Nas décadas de 60 e 70 foram percebidas transformações no que se refere ao currículo, ao qual indica que as disciplinas formam um conjunto de sistemas sociais alicerçados em redes de comunicação, recursos materiais e ideologias e no que diz