A CONFISSÃO 1999 - Relatório e reflexão
Gabriela Magnani
O filme “A confissão” de 1999, dirigido por David Jones, tem um forte apelo moral e religioso. A história se passa em torno de um judeu que perde seu filho por negligência médica. Ainda com raiva e incomodado com a falta de punição imposta, o homem resolve matar o médico responsável, assim como uma enfermeira e a recepcionista do hotel. Ele pretendia, com seu ato, expor o caso de seu filho e mostrar o extremo a que uma situação desta natureza pode chegar. Em seguida, ele assume a culpa e se entrega para a polícia, demonstrando que sua moral ainda estava intacta. Ele se mostrou um ser autônomo, que consegue tomar suas próprias decisões e que entende o que é certo e errado perante a lei. Porém, em alguns casos, também está ciente de que os valores ultrapassam as regras e se tornam mais importantes. É o ideal proposto pelo filme, já que vingar seu filho punindo os responsáveis estava acima do que ele considerava errado em relação à sociedade. E ele estava preparado para as consequências. Então, entra em cena um advogado ambicioso que não se envolve emocionalmente com o seu caso. Esse tinha interesses externos e a ele só era importante o resultado final do julgamento, independente de seus valores (faltando assim, com seu compromisso ético). O advogado era um ser heterônomo porque obedece às leis passivamente, e não necessariamente concorda com o que lhe é dito. Ele segue regras para evitar punições, ganhar recompensas ou apenas por conformidade, mas sempre há o fator “troca” entre suas decisões. Como no filme, o debate entre moral e valores pode se aplicar a região onde moramos. Quando chegamos a certo nível de desenvolvimento moral (simultâneo a organização de pensamentos), estudado por Piaget e outros filósofos importantes, começamos a ter uma maior liberdade dos pensamentos. Entendemos as leis porque não somos mais tão egocêntricos, acabando por tornarmos seres cooperativos e entendedores da reciprocidade.