A concepção de vocação em lutero

A Concepção de Vocação para Lutero

Introdução

O capítulo III de "A Ética Protestante e o Espírito do Capitalismo", intitulado "A Concepção de Vocação de Lutero", é iniciado por Max Weber com a afirmação da existência de uma conotação religiosa na palavra alemã "Beruf" e na inglesa "Calling".
Essa conotação empresta às duas palavras, o sentido de resignação, tarefa ordenada ou sugerida por Deus.
Segundo Weber, não existiu nem para povos Católicos, nem para a Antiguidade Clássica, termo equivalente à vocação (no sentido de um plano de vida de uma determinada área de trabalho) ao termo existente na linguagem cotidiana dos povos protestantes.
Esse sentido ao qual se refere Weber (o sentido contemporâneo de vocação) se origina nas traduções da bíblia aparecendo pela primeira vez na tradução de Lutero, da mentalidade do tradutor e não do texto original.
Weber considera importante ressaltar que não apenas o significado da palavra, mas também o pensamento subjacente é novo, sendo um produto da Reforma.
A Reforma, uma vez desvencilhada dos preceitos éticos tradicionais, segundo o qual somente a vida Monacal possui valor perante Deus, possibilita a valorização do trabalho secular.
O conceito de vocação surge impulsionado pela valorização do cumprimento do dever dentro das profissões seculares, passando a ser uma atividade moralmente aceita.
O dogma central de todos os ramos do Protestantismo se deve segundo Weber, à atribuição de um significado religioso ao trabalho secular.
A qualidade moral da atividade terrena, embora tenha surtido grande efeito sobre as ações dos homens, nunca foram para Lutero, objetivo de reformas éticas, e sim ideais reformadores voltados para a religião.
"... a salvação da alma era o único ponto angular de suas vidas e obras. Suas metas éticas e a atuação prática de seus ensinamentos relacionavam-se todas com ela, e eram apenas conseqüências de motivos puramente religiosos. (Weber, 1947, p.60)

Partindo dessa idéia, se estabelece a